Foto: Liviam Cordeiro Beduschi - WWF-Brasil Foto: José & Adriana Calo Foto: WWF-Canon/Michel Gunther Foto: WWF-Canon/Michel Gunther Foto: WWF-Canon/Michel Gunther
 
 

CAPÍTULO 5

RESULTADOS: A PAISAGEM DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

Representatividade das Unidades de Paisagem

Dez das dezoito unidades de paisagem têm menos de 3% de suas áreas com cobertura florestal nativa – a unidade de paisagem melhor representada tem somente 19% e o que resta está altamente fragmentado. A representatividade das unidades de paisagem dentro de áreas de proteção integral varia de zero por cento (nove unidades de paisagem) a 3,45% (a unidade melhor representada) de suas áreas originais (Tabela 3).

Apenas oito das dezoito unidades de paisagem estão representadas em pelo menos um grande fragmento florestal maior que 10.000 ha (Tabela 4). As dez unidades de paisagem que não têm grandes fragmentos florestais e que têm pouca representatividade dentro do sistema de áreas protegidas também não têm qualquer fragmento com alto valor de índice de importância do fragmento. Praticamente não existe possibilidade de se obter uma boa representatividade dessas dez unidades de paisagem na Paisagem de Conservação da Biodiversidade final (11). As oito unidades de paisagem que ainda têm fragmentos florestais maiores que 10.000 ha estão representadas em áreas de proteção integral. Devido a esta situação, os esforços de conservação da biodiversidade na Ecorregião Florestas do Alto Paraná devem estar direcionados no sentido de garantir a resiliência das áreas que têm possibilidade de manter populações viáveis de espécies guarda-chuva e processos ecológicos. Somente dessa forma será possível a conservação da maioria das espécies no longo prazo. Ao mesmo tempo, devemos tentar alcançar a melhor representatividade possível sabendo, porém, que alcançar o objetivo de uma representatividade de pelo menos 10% de cada unidade de paisagem é quase impossível na Mata Atlântica do Alto Paraná e que a Paisagem de Conservação da Biodiversidade final não alcançará esse objetivo (ver abaixo outras discussões sobre a implicação disto nos objetivos de conservação da biodiversidade).

A Paisagem de Conservação da Biodiversidade

A Paisagem de Conservação da Biodiversidade é composta de três tipos principais de áreas (Figura 32).

 

A) Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade
Definimos cinco categorias de áreas prioritárias:

 

Áreas-núcleo: As Áreas-núcleo são blocos de floresta nativa bem preservada grandes o suficiente para apresentar resiliência às pressões que provocam perda de biodiversidade. Estas são as áreas biologicamente mais importantes para conservação, sejam públicas ou particulares. Além de abrigar biodiversidade, contribuem para a manutenção de serviços ambientais importantes para a qualidade de vida humana (tais como armazenamento de carbono, equilíbrio e qualidade do suprimento de água e beleza cênica). Nestes locais, a atividade humana deve se reduzir a um mínimo e ser de baixo impacto. Cada Área-núcleo deve ser mantida sob proteção integral de forma a manter uma área de floresta nativa contínua grande o suficiente para abrigar todo o ciclo de vida de indivíduos de espécies que necessitam de grandes extensões de floresta, como onças e queixadas.

Para atingir este objetivo, as Áreas-núcleo devem obedecer os seguintes critérios:

• Ter mais que 10.000 ha.
• Ter alto potencial de conservação (o índice de potencial de conservação deve variar de 32 a 64) em mais de 60% da área.
• Ter uma área com cobertura florestal contínua maior que 10.000 ha, excluindo uma faixa de 500 m de largura (zona tampão) sob efeito de borda.


(11) Nosso Plano de Ação da Ecorregião inclui um levantamento de campo para testar a validade das unidades de paisagens identificadas nesta Visão e para avaliar se existem espécies da Mata Atlântica que ocorrem somente nas unidades de paisagem não representadas pela Paisagem de Conservação da Biodiversidade. Se existirem, e se essas espécies não necessitarem de uma área extensa para terem uma população viável (ex.: pequenos vertebrados), a conservação dos fragmentos florestais nestas unidades de paisagem pode tornar-se parte da Paisagem de Conservação da Biodiversidade (Ver Capítulo 6).


 
Foto: WWF-Canon/Anthony B. Rath
Sumário Executivo
 
Capítulo 1 – Conservação Ecorregional e a Visão de Biodiversidade
 
Capítulo 2 – A Ecorregião Florestas do Alto Paraná
 
Capítulo 3 – Objetivos para Alcançar os Resultados de Conservação da Biodiversidade
 
Capítulo 4 – Planejando uma Paisagem de Conservação da Biodiversidade – Metodologia
 
Capítulo 5 – Resultados:
A Paisagem de Conservação da Biodiversidade
 
Capítulo 6 – Estabelecendo prioridades e metas para ações de conservação
 
Referências Bibliográficas
 
Agradecimentos
 
Índice de Figuras de Tabelas