Reflorestamento
não recupera Diversidade Amazônica, diz pesquisa
Uma pesquisa
feita por uma universidade britânica e um museu brasileiro,
divulgada nesta terça-feira (13), revela que o reflorestamento
de florestas tropicais pode ser inútil na tentativa de
conservar a biodiversidade dessas áreas.
No estudo, pesquisadores da Universidade de East
Anglia e do museu Emílio Goeldi, de Belém (PA),
analisaram quinze áreas de floresta no nordeste da Amazônia
brasileira.
Os pesquisadores recolheram informações
sobre animais e plantas em cinco florestas primárias (mata
virgem), cinco secundárias (que crescem sobre áreas
antes desmatadas) e cinco florestas de reflorestamento com árvores
de eucalipto.
Os resultados revelam que pelo menos 25% das espécies
analisadas não foram encontradas fora da mata virgem.
Segundo Jos Barlow, cientista que participou da
pesquisa, "o estudo oferece o melhor cenário",
já que as áreas de floresta secundária e
reflorestamento analisadas ficam relativamente próximas
de florestas primárias.
"Muitas áreas de reflorestamento e
florestas em regeneração (...) estão muito
mais distantes de florestas primárias, e a vida selvagem
pode não conseguir ressurgir nessas áreas."
Esse foi o maior estudo já feito para analisar
a conservação da biodiversidade nesses três
tipos de florestas nos trópicos.
As florestas primárias servem de moradia
natural para mais da metade das espécies terrestres do
mundo.
Carlos Peres, pesquisador que liderou o estudo,
disse que a pesquisa deixa claro que é muito melhor preservar
as florestas primárias do que realizar o reflorestamento
das regiões devastadas.
"Desta forma, nós maximizamos a biodiversidade
e o índice de carbono de áreas inteiras."
Peres, porém, reconhece que "os projetos
de reflorestamento podem cumprir um papel complementar em aumentar
a população das espécies e gerenciar os espaços
que já foram modificados pelo homem".
A pesquisa também indica que as florestas
de reflorestamento não são tão eficientes
na absorção de dióxido de carbono da atmosfera,
em comparação com as florestas primárias.
(Estadão Online)
Ambiente Brasil 24nov2007
http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=34679